Doenças no Cérebro

Neurocirurgia


Cistos Aracnoides

São lesões congênitas da membrana aracnoide que se expandem com o acúmulo do fluído cérebro-espinhal. Corresponde a aproximadamente a 1% de todas as lesões intracranianas dos adultos e a aproximadamente 3% nas crianças. Embora 60-90% dos casos relatados foram encontrados em pessoas jovens, é possível, também, encontrá-los em pessoas mais velhas. Os lugares mais comuns dos cistos aracnoides intracranianos são na fossa média (perto do lobo temporal), na região suprasselar e na fossa posterior. Na maioria dos casos, os cistos aracnoides não causam sintomas. São comuns os casos onde há dores de cabeça, tonturas e uma acumulação excessiva do fluído cérebro-espinhal no cérebro. A causa exata do cisto aracnoide não é conhecida. Eles são assintomáticos enquanto pequenos. Entretanto, os cistos podem aumentar de tamanho, criando sintomas, especialmente se eles pressionarem um nervo craniano, o cérebro, ou mais raramente a medula espinal . Se forem são maiores, podem causar hipertensão intracraniana. O tratamento, quando indicado, consiste em ressecção ou derivação do cisto com ou sem válvula via neura endoscópica ou aberta.


Defeitos cranianos

Após traumatismos ou cirurgias para descompressão craniana por acidentes vasculares isquêmicos (popularmente chamados derrames), muitas pessoas ficam durante um tempo com uma grande falha craniana e este defeito deve ser corrigido para segurança e melhor estética do paciente. A cranioplastia, considerada uma das melhores técnicas da atualidade, é a que realizamos com próteses que são feitas a partir do defeito craniano de cada paciente. A cirurgia é extremamente simples e rápida.


Traumatismo Craniano

Pode ocorrer imediatamente ou se desenvolver lentamente no decorrer de várias horas após o trauma. A maior parte das lesões cranianas são de menor importância pois o crânio propicia uma considerável proteção ao cérebro contra lesões. Muitas das lesões na cabeça são consideradas leves. As causas mais comuns incluem os acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, quedas, violência física e acidentes em casa. Mesmo que o crânio não esteja fraturado, o cérebro pode bater contra a parte interna do crânio e ser danificado. Se houver sangramento dentro do crânio, poderão surgir complicações posteriores. Desta forma, deve-se sempre procurar um médico. As consequências podem variar. O traumatismo cranioencefálico é uma constante no mundo, mundo esse cada vez mais industrializado e motorizado. Os números estatísticos dessa doença são no mínimo desanimadores: 10 milhões de casos somente nos EUA anualmente dos quais 20% são sérios o bastante para causar lesão cerebral. Como não bastasse, grande parte dos acidentados estão em plena atividade, sendo que dentre os homens abaixo de 35 anos, a maior causa de morte é o acidente de trânsito dos quais 70% envolvem traumatismo craniano e medular. A cirurgia é realizada de maneira percutânea na região da medula em questão, e o gerador é implantado por meio de pequena incisão. O paciente poderá ter alta no dia seguinte.


Tumor Cerebral

Trata-se de crescimento anormal de células dentro do crânio criado por divisões celulares geneticamente defeituosas. Ocorrem quando há multiplicação de células de dentro do cérebro (primitivas) ou de células de outros tumores no organismo que se implantam no cérebro (metástases). Os tumores primitivos do cérebro derivam de diferentes tipos de células do Sistema Nervoso Central, como os (astrócitos, oligodendrócitos, células ependimárias, tecido linfático, vasos sanguíneos, nervos cranianos, células de Schwann produtoras de mielina), hipófise e glândula pineal. Os tumores cranianos primários frequentemente localizam-se em crianças na fossa craniana posterior e em adultos nos dois-terços anteriores dos hemisférios cerebrais, embora eles possam afetar qualquer parte do cérebro. Sua incidência foi estimada em cerca de 1,4% de todos os cânceres e 2,4% de todas as mortes causadas por câncer.
Podem ser tanto malignos como benignos, cabendo ao neurocirurgião, com sua experiência, diagnosticar alguns tipos de tumor pelo tipo de imagem destes quando avaliados por ressonância magnética. Porém, o diagnóstico mais preciso é o exame anátomo-patológico. Sendo assim, há casos em que fazemos a biópsia estereotáxica e casos em que a conduta é a microcirurgia com ressecção subtotal ou total da lesão quando possível. Para tal procedimento, usamos atualmente a neuronavegação, que torna o procedimento mais rápido e preciso, com mais segurança para o paciente e equipe médica. Além disso, em alguns tipos de tumor, utilizamos o aspirador ultrassônico que diminui o tempo cirúrgico e lesa seletivamente estruturas comprometidas, evitando o dano de áreas sadias do cérebro. Tumores localizados em áreas eloquêntes como a área motora, da fala ou tronco cerebral, são operados com monitorização neurofisiológica e muitas vezes com a cooperação do paciente, que é acordado durante a cirurgia para que saibamos se a margem de ressecção tumoral está precisa e segura. A cirurgia é realizada de maneira percutânea na região da medula em questão, e o gerador é implantado por meio de pequena incisão. O paciente poderá ter alta no dia seguinte.


Aneurisma Cerebrais

São dilatações de um segmento de vaso sanguíneo, quase sempre de uma artéria do Polígono de Willis. A dilatação é causada em geral por uma falha muscular da parede de uma artéria ou muito mais raramente, de uma veia do cérebro. Há diversos formatos, geralmente saculares, mas podem ser irregulares ou fusiformes. Os aneurismas cerebrais podem resultar de um ou mais defeitos musculares segmentares congênitos de determinado segmento arterial em uma de suas bifurcações, condições pré-existentes relativas facilitadoras como pressão sanguínea alta, diabetes, idosos, aterosclerose (o desenvolvimento de depósitos gordurosos nas artérias) ou trauma físico na cabeça. O tabagismo é um dos piores hábitos também no tocante ao aumento de risco para aneurismas cerebrais. Os aneurismas cerebrais ocorrem muito mais comumente em adultos do que em crianças (muito raro), mas podem acometer pessoas em qualquer idade, sendo seu pico de maior incidência entre os 40 e 50 anos de idade. São um pouco mais comuns em mulheres do que em homens.
Um aneurisma não roto não produz sintomas em geral. Ao aumentar, raramente o indivíduo pode ter sintomas como dor de cabeça. A ruptura do aneurisma em geral provoca desmaio, a “maior dor de cabeça da vida” e vômitos pelo sangramento em torno do cérebro, podendo causar morte. Esta situação é um dos tipos de derrame cerebral hemorrágico, conhecido como hemorragia meníngea ou subaracnóide. Causa rigidez de nuca em mais da metade dos casos, semelhante à meningite infecciosa. A morte pode ocorrer se houver o comprometimento de áreas vitais como as de controle da respiração ou da pressão arterial. Todo aneurisma deve ser tratado, com raras exceções. O tratamento pode ser feito por microcirurgia vascular ou endovascular, devendo esta decisão ser tomada pela equipe neurocirúrgica e neurorradiológica, em conjunto com a família.


Cranioestenose

Trata-se da deformação que ocorre com o crescimento do crânio quando uma ou mais suturas cranianas, que são abertas ao nascimento até meados e fim do primeiro ano de vida, fecham-se precocemente. Assim o crânio do bebê deixa de crescer perpendicularmente às suturas fechadas precocemente, causando deformidades. Em sua maioria, existe apenas defeito estético, porém pode haver, dependendo do tipo de cranioestenose, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor da criança. A cirurgia deve ser feita até o 6º mês de vida, respeitando-se a condição clínica de cada criança, porém deve ser precoce na maioria dos casos. Existem muitas síndromes associadas a esta patologia. A cirurgia pode ser feita por via aberta e, em alguns casos, por via endoscópica, prevenindo assim um dos maiores desafios no tratamento desta condição, que é a perda sanguínea.A cirurgia é realizada de maneira percutânea na região da medula em questão, e o gerador é implantado por meio de pequena incisão. O paciente poderá ter alta no dia seguinte.



Hidrocefalia

Palavra de origem grega: hidro significa água; céfalo, cabeça, que caracteriza uma doença congênita (adquirida durante a gestação) ou adquirida quando ocorre um acúmulo anormal de líquido a qualquer tempo da vida (líquido céfalo raquidiano, líquor ou LCR) em áreas específicas do cérebro chamadas de ventrículos. O LCR produzido nos ventrículos e nos plexos coroides, circula através de um sistema de canais no sistema nervoso central (SNC) e é absorvido na corrente sanguínea. O líquor tem grande importância na proteção do SNC visto que auxilia no amortecimento de impacto e por ser completamente estéril, ajuda a proteger contra a entrada de substâncias ou microorganismos que possam lesar o cérebro. Na hidrocefalia ocorre um desequilíbrio entre a quantidade produzida e absorvida levando ao aumento dos ventrículos e da pressão exercida pelo líquor no cérebro. São dois os tratamentos disponíveis: derivação ventrículo peritoneal ou atrial com uso de válvulas ou via neuroendoscopia, que dispensa o uso de válvula, porém tem indicação mais restrita.A cirurgia é realizada de maneira percutânea na região da medula em questão, e o gerador é implantado por meio de pequena incisão. O paciente poderá ter alta no dia seguinte.


Nevralgia do Trigêmeo

É uma afecção incomum, caracterizada por ataques recorrentes de dor lancinante e súbita, descrita como um choque doloroso intenso e incapacitante. É conhecida como uma das doenças mais dolorosas do mundo. Mesmo um toque de leve ou pequenos movimentos já podem ser suficientes para causar uma crise dolorosa, a qual, apesar de geralmente durar apenas alguns segundos, pode desencadear outros processos dolorosos mais prolongados. Depois de uma crise, a dor e sensibilidade geralmente diminuem um pouco, porém, esse período de remissão tendem a ficar cada vez mais curtos conforme a doença progride.
A dor pode ser desencadeada por falar, beber, escovar os dentes, barbear-se, mastigar, tocar levemente no rosto, por certas expressões faciais, reflexos ou até mesmo por um vento mais forte e pode ocorrer diversas vezes ao longo do dia.
As causas mais frequentes são compressão intracraniana por vasos sanguíneos (causa mais frequente), comprometimento alveolar por uma extração dentária, esclerose múltipla, infecção viral, aneurisma, tumor ou qualquer outro problema que possa danificar um ou mais nervos sensitivos da área em questão. O tratamento medicamentoso mais utilizado é à base de anticonvulsivantes como a carbamazepina (Tegretol) e/ou difenilhidantoína (Hydantal) ou de narcóticos. Existem vários tratamentos cirúrgicos possíveis, dentre eles: a alcoolização, microdescompressão vascular e termocoagulação com radiofrequência.A cirurgia é realizada de maneira percutânea na região da medula em questão, e o gerador é implantado por meio de pequena incisão. O paciente poderá ter alta no dia seguinte.


Tumores ósseos do crânio

Em sua maioria são benignos e o sintoma mais comum é um desconforto quando o paciente deita., Esteticamente, pode haver prejuízo na imagem da pessoa quando o tumor está na região frontal ou quando o paciente é calvo e o local do tumor está exposto. Há ainda casos mais raros em que o tumor pode comprimir estruturas importantes, sendo necessária a realização de cirurgia para remoção do tumor. A complexidade desta cirurgia dependerá da localização do tumor.A cirurgia é realizada de maneira percutânea na região da medula em questão, e o gerador é implantado por meio de pequena incisão. O paciente poderá ter alta no dia seguinte.

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